A Serra da Canastra pertence ao Cerrado brasileiro. Este se encontra no coração do país em área de aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados, ou 22% do território nacional. De acordo com o livro Um olhar sobre o Cerrado, idealizado por Beatriz Masson, esta imensidão de terras corresponde a três Franças ou seis Itálias ou ainda 40 Holandas. Além das diversidades de flora e fauna, o Cerrado é o berço das águas brasileiras, onde nascem os rios formadores das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul – o rio Tocantins e o Araguaia, que correm para a Amazônia; o rio São Francisco, que vai para o Nordeste e os rios formadores da bacia do Paraná, que segue a direção sul até chegar ao Uruguai.
No Cerrado, a flora apresenta uma biodiversidade estimada entre quatro mil a 10 mil espécies de plantas. Em número de espécies vegetais, só perde para as florestas tropicais úmidas, como as da Amazônia e das matas costeiras. A fauna também não deixa a desejar. Somente entre os vertebrados são conhecidos 400 espécies de aves, 70 gêneros de mamíferos e 30 espécies de morcegos, e entre os invertebrados foram identificadas 27 espécies de libélulas, 90 de cupins, 1000 borboletas e 550 abelhas vespas. É muito tipo diferente de bichinho! Voltando ao assunto, o Parque Nacional da Serra da Canastra faz parte apenas de um pedacinho do Cerrado brasileiro, possuindo dois maciços importantes: a Serra das Sete Voltas e a Serra da Canastra com atitudes variando entre 900 e 1496 metros. A vegetação típica é de campos de altitude, com capões de mata nas grotas e vales. Devido a este tipo de vegetação o Parque é propenso a incêndios, que na maioria das vezes, são de grande proporção, principalmente no período de julho a outubro. Segundo Paulo Pucci, existe um trabalho por parte do IBAMA com os proprietários de terras que ficam ao redordo Parque de fiscalização e conscientização quanto ao perigo de colocar fogo em pastos. Quanto ao Grupo Kurupira, eles ajudam no que diz respeito ao turistas. " A gente conversa, pede para tomar cuidado, pára os veículos na estrada e pede para tomar cuidado com o tocos de cigarro. A vezes quebra uma garrafa ou a joga para fora do carro, isso pode causar, posteriormente, incêndios. O vidro funciona como uma lente, você já viu que com uma lente de aumento, consegue fazer fogo", explica. Um dado curioso a respeito do Cerrado encontrado no livro de Beatriz Masson é que as queimadas, comuns nos períodos de seca, também trazem a vida. Depois de consumidas as folhas ressecadas e de tornadas cinzas as cascas de alguns troncos, mesmo em plena seca, muitas espécies brotam acordadas pela combustão. A casca cortiçosa e grossa das árvores atua como uma espécie de isolante térmico, protegendo a integridade do tronco, que volta a brotar pouco depois de atingido pelo fogo. Muitas espécies, como a jacaranda anã, possuem sementes protegidas por rígidas estruturas, que se abrem somente depois da agressão provocada pela alta temperatura. Porém, isto não quer dizer que se deve colocar fogo em tudo quanto é árvore ou planta do Cerrado. Atualmente, as queimadas só podem ser feitas mediante autorização oficial, em áreas delimitadas, para fins agropecuários ou científicos. Não pode sair botando fogo em tudo porque pode ocasionar seríssimo danos ecológicos. Animais em extinção Assim como a flora, a fauna do Parque da Serra da Canastra também tem as suas diversidades de espécies. Os animais são uma das maiores atrações da Serra. A fauna típica da região reúne várias espécies ameaçadas de extinção como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o veado-campeiro, que podem ser vistos com relativa facilidade. Porém, se o homem não tomar consciência, estes animais só serão vistos em retratos. O lobo-guará, por exemplo, há alguns anos atrás, podia ser encontrado em grande parte do território brasileiro. Atualmente, habita os cerrados abertos da região Centro Oeste, além de áreas restritas das regiões Sul e Sudestes. Este animal faz parte das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção, restam poucos milhares da espécie. Paulo Pucci conta que, há algum tempo atrás, ele não disse quando, dois lobos-guarás foram capturados em Uberaba. Depois de passarem por uma quarentena, com a autorização do IBAMA, eles foram soltos na Serra. " Esses dois lobos que nós encontramos foram soltos com coleiras de identificação, elas são próprias para não machucar o animal". Assim como o lobo-guará, outro animal que está em risco de extinção devido à destruição de seu habitat é o tamanduá-bandeira. O crescimento populacional, bem como a extensão da pecuária e a caça ilegal estão contribuindo para a redução de espaço natural e extermínio da espécie. As queimadas criminosas também são fatais, pois seu pêlo e altamente inflamável. A preservação de seu habitat natural é fundamental para a sua sobrevivência. Dificilmente atinge alta longevidade em cativeiro, já que não há insetos suficientes para satisfazê-lo. Na natureza pode viver mais de 25 anos, enquanto nos zoológicos ou cativeiros morrem antes de se acasalarem. No entanto, mesmo ameaçados eles podem ser encontrados no Parque com facilidade. Não só eles, como também, cachorro-do-mato, siriema, ema, gavião carcará, quatis, tucanos… A regra número um para ver os bichos e ser atento e silencioso, ou seja, quem estiver a pé, a cavalo ou de bicicleta terá mais chances do que quem estiver de carro. A maioria dos animais foge quando percebe a presença de movimentos estranhos. Alguns são dóceis e curiosos, permitindo uma aproximação. Nesse caso, o turista deve ficar calmo, não fazer barulho nem movimentos bruscos e não perseguir os animais. A recompensa pode ser uma bela foto. Fonte: Revelação On Line
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