Em todo o Brasil são reconhecidas 244 espécies de abelhas indígenas sem ferrão e estima-se que existam ainda outras 89 espécies a serem descritas pelos especialistas1. Na Amazônia Oriental, onde está demarcado o estado do Pará, são conhecidas até o momento 110 espécies1. Neste guia ilustrado, incluímos as fotografias de 41 espécies, o que representa um pouco menos da metade da fauna conhecida para o estado. A entrada das colônias de abelhas sem ferrão é um caráter que possibilita a identifi cação da maioria das espécies ou gêneros, de forma fácil e segura, diretamente em campo e, por isto, estão aqui compiladas. Adicionalmente, são também apresentadas fotografi as das operárias, disponibilizadas por direito pela Coleção Camargo, da FFCLRP-USP. A nomenclatura empregada aqui é baseada nos nomes aceitos para as espécies de Meliponini segundo Camargo & Pedro (2013)2. Luciano Costa Pesquisador do Instituto Tecnológico Vale Oguia de identificação de abelhas sem ferrão do Pará foi feito para facilitar o reconhecimento das várias espécies de abelhas nativas que ocorrem na Floresta Nacional de Carajás. Esse guia é importante para as equipes de resgate de ninhos em áreas de supressão vegetal, para os criadores e para os órgãos de controle ambiental. A maioria das espécies de abelhas sociais da Amazônia é pouco conhecida, de modo que este material contribuirá para ampliar o conhecimento geral desses importantes componentes da biodiversidade Amazônica. O guia é parte de uma iniciativa de pesquisa e desenvolvimento do ITV com a Vale Corredor Norte, através da Gerência de Meio Ambiente da Serra Norte, Serra Sul e Serra Leste. São apresentadas as entradas dos ninhos de 41 espécies de abelhas sem ferrão. Para todas elas temos as pranchas mostrando como reconhecer as operárias de cada ninho. Toda informação aqui compilada foi baseada na Coleção Camargo da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de S. Paulo em Ribeirão Preto, portanto certificadas por especialistas. O guia terá função primordial para as equipes que realizam o resgate de ninhos de abelhas das áreas de supressão de vegetação, devidamente autorizadas pelo ICMBIO. As colônias resgatadas servirão de base para as atividades da recém-criada biofábrica de abelhas, cuja finalidade é prover colônias selecionadas ou melhoradas para meliponicultores melhorarem sua renda e a produção de mel. Ampliar e organizar o conhecimento sobre biodiversidade e colocá-lo a serviço da conservação da natureza e uso pelas comunidades locais é uma de nossas diretrizes fundamentais. Façam bom uso desta ferramenta! Jose Oswaldo Siqueira Diretor do Instituto Tecnológico Vale Por Vale S .A. Download do Guia![]()
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Muito do que se aprende e vive durante a infância torna-se essencial na criação do caráter e personalidade de uma pessoa. Também são encontradas e cultivadas desde a infância as preferências, gostos e paixões – ou coisas pelas quais presamos e admiramos. Por essa razão, a educação ambiental tem grande importância desde os primeiros anos de vida das crianças.
Cuidamos e protegemos com carinho aquilo que amamos e que temos intimidade, e isso requer conhecimento e convivência. Em linha com esse tema, um projeto de lei propõe tornar a educação ambiental uma disciplina obrigatória no ensino fundamental e médio. Atualmente, ela é tratada somente como tema transversal às demais disciplinas. Essa discussão já tramitou nos órgãos competentes no passado, desde 2015. Algumas de suas principais polêmicas são com relação à formação que deveria ser necessária aos profissionais de ensino. Ou ainda, quais seriam os conteúdos a serem ministrados na disciplina de EA (Educação Ambiental). A pergunta que paira é também se a EA não seria um processo que deveria ser desenvolvida ao longo de toda a educação formal das pessoas. Para responder a essas questões, deverão ainda existir discussões sobre o tema. Porém, é clara a importância e os benefícios que sua aprovação trará às próximas gerações. Por http://www.arvoregenerosa.org.br Disponibilizamos uma lista de flores úteis para jataís, aquelas abelhinhas nativas e sem ferrão, aqui para o Sudeste. É óbvio que se você observar, poderá ir ampliando continuamente a lista. Os meses de florescimento são aproximados, pois variam com o comportamento do clima. A maioria ocorre na natureza, outras podem ser plantadas e florescem rapidamente, como o beijo, a maria-sem-vergonha e a coroa-de-cristo. Esta última não pode faltar, pois as jataís encontram nela néctar, pólen e própole.
Flora Utilizada pelas Jataís
Livro em formato em PDF para download, em alta definição e opção compacta As Secretarias Municipais da Educação e do Meio Ambiente lançaram no dia 21 de setembro, Dia da Árvore, o livro “Gigantes do Bosque - Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento”. O livro trata, em resumo, da descrição de um espaço territorial importante para o município e historicamente ligado à cidade. Foca na vegetação existente e suas particularidades e visa auxiliar as pessoas a reconhecerem algumas espécies importantes nesta vegetação. De um total aproximado de 180 espécies arbóreas registradas no Parque, 25 são tratadas no encarte. A doutora em Biologia Olga Kotchetkoff Henriques, uma das escritoras do livro e funcionária do Bosque Municipal, esclarece a importância do livro. “O livro aborda a história, a geologia e a flora do Bosque, mostrando a relação e a importância destes aspectos na conservação desta área, que constitui uma Unidade de Conservação municipal.. Além disso, as ilustrações e descrições das espécies arbóreas facilitam o reconhecimento destas pela população. Assim, o livro representa um elemento importante para disseminação do conhecimento e embasa o desenvolvimento de projetos de educação ambiental” explicou. Foi impressa uma tiragem de cinco mil exemplares, que está sendo distribuída gratuitamente para a rede escolar, sempre acompanhada de uma formação para os professores, visando contribuir na elaboração de várias atividades nas escolas. “Iniciamos a distribuição para a rede municipal. Posteriormente, atingiremos também as redes estadual e particular”, finaliza. Abaixo duas versões do livro, com alta definição e compacta, mais adequada ao compartilhamento por redes sociais. Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto ![]()
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Desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto - Secretaria do Meio Ambiente Essa cartilha tem como objetivo informar a comunidade em geral sobre diversos temas ambientais:
A publicação foi resultado do trabalho da Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Ribeirão Preto com o apoio de diversas empresas. ![]()
Você sabia que as atividades do dia a dia emitem direta ou indiretamente carbono e, consequentemente, agravam o aquecimento global? Veja qual é a sua Pegada de Carbono e quantas árvores precisa plantar, anualmente, para compensar essas emissões. Se você possui um carro flex, com um dos motores abaixo, confira a quantidade de árvores necessárias para realizar o sequestro de carbono emitido, conforme o deslocamento mensal em quilômetros. Tabela Motores Flex: Árvores necessárias para a compensação (7,14 árvores/Ton) Exemplo: Se você tem um carro com motor Flex 1.0 8V e desloca mensalmente em média 1.000 km, você precisa plantar anualmente 6 árvores. Fonte: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ)
Originário da África, o baobá é uma das maiores e mais antigas árvores do mundo, chegando a alcançar, quando adulto, de 5 a 25 m de altura e de 7 a 11 m de diâmetro no tronco. Essa planta é milenar e pode viver até 6.000 anos. No meio científico, é conhecida como Adansonia Digitata, nome que recebeu em homenagem ao pesquisador francês Michel Adanson, o primeiro a relatar a existência desse tipo de árvore. Ao todo, existem oito espécies de Baobás: seis nativas de Madagascar, uma da Austrália e uma do Senegal. Também chamado de embondeiro, imbondeiro ou calabaceira, o baobá é a árvore nacional de Madagascar e o emblema nacional do Senegal, sendo nesse país considerada sagrada e utilizada como fonte de inspiração para lendas, poesias e ritos. De acordo com uma dessas antigas lendas, se um morto for enterrado dentro do tronco de um Baobá, sua alma continuará viva enquanto a planta existir. Baobá Presente na LiteraturaEssa árvore pode ser vista também na literatura, no livro “O Pequeno Príncipe”, escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry. Acredita-se que, para incluir a planta na história, o escritor inspirou-se no baobá da Praça da República de Recife, quando passou por lá. Na obra, o protagonista temia os baobás, pois o crescimento excessivo dessas árvores poderia tomar todo o espaço do asteroide onde vivia. Principais CuriosidadesExistem diversas curiosidades sobre essa planta. A mais marcante delas está relacionada ao seu extraordinário tronco, que tem formato encorpado na base e vai se estreitando como se fosse um cone, com grandes protuberâncias e galhos que permanecem sem folhas durante nove meses. Por isso, quando observada com atenção, a árvore parece ter sido plantada de cabeça para baixo. O tronco é oco e resistente ao fogo e, nos meses de chuva, serve de reservatório de água – algumas espécies possuem capacidade de armazenar até 120 mil litros. Por esse motivo, o baobá é conhecido como “árvore garrafa”. Também graças a essas peculiaridades, é comum encontrar pessoas que usem o tronco como moradia, santuários, bares, pontos de ônibus e até como prisões. Tudo nessas plantas pode ser aproveitado. Os frutos, chamados de mukua, são ricos em vitamina C, potássio e cálcio. Sua casca é utilizada na fabricação de cordas e tecido; as folhas têm propriedades medicinais e são aproveitadas como condimento; e de suas sementes pode-se extrair um óleo rico em vitaminas A e F. Outro fato curioso com relação à planta diz respeito à sua floração que, geralmente, ocorre durante uma única noite. ![]() Parte da Flora do BrasilOs baobás passaram a fazer parte da flora do Brasil somente depois do descobrimento, trazidos, provavelmente, por sacerdotes africanos devido à crença religiosa. Hoje é possível encontrar poucos exemplares em Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Mato Grosso e Goiás. Recife é uma das cidades brasileiras que possuem mais exemplares desta árvore. Elas aparecem nas ruas e quintais e são cultivadas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde são objeto de estudo.
Floresta regenerada no Paraná. Foto: Robin L. Chazdon As florestas secundárias, que rebrotam após o desmatamento de uma área, são conhecidas pelo nome algo pejorativo de capoeiras. A palavra vem do tupi e significa, literalmente, “mato que não é mais”. Vistas como pobres em biodiversidade e jamais tão ricas em estoque de carbono quanto uma floresta primária – a tal “mata virgem”–, as capoeiras são frequentemente desprezadas e outra vez desmatadas. Um estudo lançado hoje, porém, deve ajudar a reduzir esse preconceito. Um consórcio internacional de cientistas, que inclui gente de diversas instituições de pesquisa do Brasil, acaba de publicar no periódico Nature a maior análise já feita sobre o padrão de crescimento das florestas secundárias na chamada região neotropical, que vai do México ao Estado de São Paulo. Eles concluíram que as capoeiras demoram, em média, apenas 66 anos para repor 90% da biomassa (portanto, do estoque de carbono) que possuíam antes do desmatamento. E mais: uma floresta em regeneração sequestra 11 vezes mais carbono do que uma mata virgem na Amazônia. “Esta é a primeira estimativa da resiliência das florestas secundárias. Sempre houve muita dúvida sobre a taxa de crescimento e a resiliência dessas florestas”, disse ao OC o engenheiro florestal Daniel Piotto, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia. Ele é coautor do trabalho, coordenado pelo holandês Lourens Poorter, da Universidade de Wageningen. A importância das capoeiras da América Latina para o ciclo do carbono e, portanto, para o clima, é evidente. Somente na Amazônia, 22% de toda a área desmatada é ocupada por matas em regeneração, segundo dados do Terraclass, do Inpe. Esse número é provavelmente ainda maior na Mata Atlântica, que tem menos de 10% de sua cobertura florestal original. No entanto, essa importância nunca havia sido traduzida em números antes. Estudos pontuais mostravam ora que as florestas poderiam entrar em colapso a partir de um certo grau de desmatamento, ora que o crescimento de uma floresta secundária era lento demais para fazer alguma diferença no clima no curto prazo. “Meus estudos na Zona Bragantina, no leste do Pará, mostravam um tempo de recuperação de 150 anos. Estudos feitos na Venezuela chegavam a 250 anos. A meta-análise [o novo estudo] aponta 66 anos”, diz Ima Vieira, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi e uma das maiores especialistas em florestas secundárias do país. Ela também é coautora do trabalho, realizado pelo consórcio autointitulado Amantes da Floresta Secundária – ou “2ndFOR” (“SecondFor”, em inglês), para os menos íntimos. Os dados anteriores não estão necessariamente errados. O que acontece é que há uma variação gigantesca de tempo de regeneração dentro da zona neotropical, com capoeiras crescendo mais rápido em regiões onde chove mais e onde há mais florestas intactas em volta. “De posse dessa taxa de crescimento, será possível fazer previsões sobre o potencial de mitigação [de emissões de gases de efeito estufa] das florestas secundárias”, afirma Piotto. O 2ndFOR já está fazendo essas contas. MAPA O consórcio integrou tanto dados coletados pelos pesquisadores em campo quanto resultados de análises anteriores, e produziu um mapa mostrando em que regiões as capoeiras absorvem mais carbono e onde absorvem menos. O mapa poderá ser usado pelos formuladores de políticas públicas para priorizar a conservação em florestas de baixa resiliência e incentivar a regeneração em regiões de crescimento rápido da capoeira. ![]() Imagem mostra velocidade de regeneração, medida em biomassa acumulada em 20 anos. Quanto maior o círculo preto, maior a taxa de crescimento da floresta A princípio a notícia é ruim para a Mata Atlântica, já que sua reposição de biomassa é até 70% mais lenta que na Amazônia – e é justamente ali que há mais florestas precisando de regeneração. Piotto diz que isso seria olhar apenas metade do quadro. “Há muito mais áreas disponíveis para recuperar na Mata Atlântica do que na Amazônia”, afirma.
O estudo deverá ter também implicações para o cumprimento da meta do Brasil para o Acordo de Paris. A chamada INDC aposta na recuperação de florestas como forma de sequestrar carbono e compensar o que se emite pelo desmatamento legal na Amazônia. O leste do Pará é uma das regiões onde mais vale a pena deixar o mato crescer. Mas isso só se deixarem mesmo o mato crescer. “Se essas florestas vão resistir no campo depende de questões políticas e institucionais que vão além da nossa pesquisa”, afirma Ima Vieira. “No que depender dos produtores rurais, não vão, porque eles as veem como empecilho.” O Pará é o único Estado da Amazônia que tem uma lei que protege as capoeiras, definindo estágios de sucessão (crescimento) e vedando o desmatamento em capoeiras de crescimento avançado. Mesmo no Pará, Vieira estima que 50% das capoeiras sejam recentes – portanto, passíveis de desmatamento legal. Segundo a pesquisadora, preservar as florestas secundárias é importante, mas fundamental mesmo é não desmatar as primárias. “A capoeira não vai recuperar a biodiversidade”, diz. “Elas levam 66 anos em média para recuperar 90% da biomassa, mas 70 anos para recuperar 35% das espécies de árvores nativas.” Fonte: Observatório do Clima O Brasil é o país com a maior biodiversidade de árvores do mundo, aponta um levantamento inédito.
Há 8.715 espécies de árvores no território brasileiro, 14% das 60.065 que existem no planeta. Em segundo na lista vem a Colômbia, com 5.776 espécies, e a Indonésia, com 5.142. Publicado no periódico "Journal of Sustainable Forestry", o estudo foi realizado pela Botanical Gardens Conservation International (BGCI na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos, com base nos dados de sua rede de 500 jardins botânicos ao redor do mundo. A expectativa é que a lista, elaborada a partir de 375,5 mil registros e ao longo de dois anos, seja usada para identificar espécies raras e ameaçadas e prevenir sua extinção. AMEAÇA A pesquisa mostrou que mais da metade das espécies (58%) são encontradas em apenas um país, ou seja, há países que abrigam com exclusividade, certas espécies –podem ser centenas ou milhares -, o que indica que estão vulneráveis ao desmatamento gerado por atividade humana e pelo impacto de eventos climáticos extremos. Trezentas espécies foram consideradas seriamente ameaçadas, por terem menos de 50 exemplares na natureza. Também foi identificado que, com exceção dos polos, onde não há árvores, a região próxima do Ártico na América do Norte tem o menor número de espécies, com menos de 1,4 mil. O secretário-geral da BGCI, Paul Smit, disse que não era possível estimar com precisão o número de árvores existentes no mundo até agora porque os dados acabam de ser digitalizados. "Estamos em uma posição privilegiada, porque temos 500 instituições botânicas entre nossos membros, e muitos dos dados não estão disponíveis ao público", afirma. "A digitalização destes dados é o auge de séculos de trabalho." Uma parte importante do estudo foi estabelecer referências e coordenadas geográficas para as espécies de árvores, o que permite a conservacionistas localizá-las, explica Smith. "Obter informações sobre a localização dessas espécies, como os países em que elas existem, é chave para sua conservação", diz o especialista. "Isso é muito útil para determinar quais devemos priorizar em nossas ações e quais demandam avaliações sobre a situação em que se encontram." CONSERVAÇÃO Entre as espécies em extinção identificadas pela BGCI está a Karoma gigas, nativa em uma região remota da Tanzânia. No fim de 2016, uma equipe de cientistas encontrou apenas um único conjunto formado por seis exemplares. Eles recrutaram habitantes da área para proteger essas árvores e monitorá-las para que sejam alertados caso produzam sementes. Assim, as sementes poderão serão levadas para jardins botânicos da Tanzânia, o que abre caminho para sejam reintroduzidas na natureza depois. A BGCI diz esperar que o número de árvores da lista cresça, já que cerca de 2 mil novas plantas são descritas todos os anos. A GlobalTreeSearch, uma base de dados online criada a partir do levantamento, será atualizada toda vez que uma nova espécie for descoberta. Fonte: BBC Brasil A Serra da Canastra pertence ao Cerrado brasileiro. Este se encontra no coração do país em área de aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados, ou 22% do território nacional. De acordo com o livro Um olhar sobre o Cerrado, idealizado por Beatriz Masson, esta imensidão de terras corresponde a três Franças ou seis Itálias ou ainda 40 Holandas. Além das diversidades de flora e fauna, o Cerrado é o berço das águas brasileiras, onde nascem os rios formadores das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul – o rio Tocantins e o Araguaia, que correm para a Amazônia; o rio São Francisco, que vai para o Nordeste e os rios formadores da bacia do Paraná, que segue a direção sul até chegar ao Uruguai.
No Cerrado, a flora apresenta uma biodiversidade estimada entre quatro mil a 10 mil espécies de plantas. Em número de espécies vegetais, só perde para as florestas tropicais úmidas, como as da Amazônia e das matas costeiras. A fauna também não deixa a desejar. Somente entre os vertebrados são conhecidos 400 espécies de aves, 70 gêneros de mamíferos e 30 espécies de morcegos, e entre os invertebrados foram identificadas 27 espécies de libélulas, 90 de cupins, 1000 borboletas e 550 abelhas vespas. É muito tipo diferente de bichinho! Voltando ao assunto, o Parque Nacional da Serra da Canastra faz parte apenas de um pedacinho do Cerrado brasileiro, possuindo dois maciços importantes: a Serra das Sete Voltas e a Serra da Canastra com atitudes variando entre 900 e 1496 metros. A vegetação típica é de campos de altitude, com capões de mata nas grotas e vales. Devido a este tipo de vegetação o Parque é propenso a incêndios, que na maioria das vezes, são de grande proporção, principalmente no período de julho a outubro. Segundo Paulo Pucci, existe um trabalho por parte do IBAMA com os proprietários de terras que ficam ao redordo Parque de fiscalização e conscientização quanto ao perigo de colocar fogo em pastos. Quanto ao Grupo Kurupira, eles ajudam no que diz respeito ao turistas. " A gente conversa, pede para tomar cuidado, pára os veículos na estrada e pede para tomar cuidado com o tocos de cigarro. A vezes quebra uma garrafa ou a joga para fora do carro, isso pode causar, posteriormente, incêndios. O vidro funciona como uma lente, você já viu que com uma lente de aumento, consegue fazer fogo", explica. Um dado curioso a respeito do Cerrado encontrado no livro de Beatriz Masson é que as queimadas, comuns nos períodos de seca, também trazem a vida. Depois de consumidas as folhas ressecadas e de tornadas cinzas as cascas de alguns troncos, mesmo em plena seca, muitas espécies brotam acordadas pela combustão. A casca cortiçosa e grossa das árvores atua como uma espécie de isolante térmico, protegendo a integridade do tronco, que volta a brotar pouco depois de atingido pelo fogo. Muitas espécies, como a jacaranda anã, possuem sementes protegidas por rígidas estruturas, que se abrem somente depois da agressão provocada pela alta temperatura. Porém, isto não quer dizer que se deve colocar fogo em tudo quanto é árvore ou planta do Cerrado. Atualmente, as queimadas só podem ser feitas mediante autorização oficial, em áreas delimitadas, para fins agropecuários ou científicos. Não pode sair botando fogo em tudo porque pode ocasionar seríssimo danos ecológicos. Animais em extinção Assim como a flora, a fauna do Parque da Serra da Canastra também tem as suas diversidades de espécies. Os animais são uma das maiores atrações da Serra. A fauna típica da região reúne várias espécies ameaçadas de extinção como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o veado-campeiro, que podem ser vistos com relativa facilidade. Porém, se o homem não tomar consciência, estes animais só serão vistos em retratos. O lobo-guará, por exemplo, há alguns anos atrás, podia ser encontrado em grande parte do território brasileiro. Atualmente, habita os cerrados abertos da região Centro Oeste, além de áreas restritas das regiões Sul e Sudestes. Este animal faz parte das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção, restam poucos milhares da espécie. Paulo Pucci conta que, há algum tempo atrás, ele não disse quando, dois lobos-guarás foram capturados em Uberaba. Depois de passarem por uma quarentena, com a autorização do IBAMA, eles foram soltos na Serra. " Esses dois lobos que nós encontramos foram soltos com coleiras de identificação, elas são próprias para não machucar o animal". Assim como o lobo-guará, outro animal que está em risco de extinção devido à destruição de seu habitat é o tamanduá-bandeira. O crescimento populacional, bem como a extensão da pecuária e a caça ilegal estão contribuindo para a redução de espaço natural e extermínio da espécie. As queimadas criminosas também são fatais, pois seu pêlo e altamente inflamável. A preservação de seu habitat natural é fundamental para a sua sobrevivência. Dificilmente atinge alta longevidade em cativeiro, já que não há insetos suficientes para satisfazê-lo. Na natureza pode viver mais de 25 anos, enquanto nos zoológicos ou cativeiros morrem antes de se acasalarem. No entanto, mesmo ameaçados eles podem ser encontrados no Parque com facilidade. Não só eles, como também, cachorro-do-mato, siriema, ema, gavião carcará, quatis, tucanos… A regra número um para ver os bichos e ser atento e silencioso, ou seja, quem estiver a pé, a cavalo ou de bicicleta terá mais chances do que quem estiver de carro. A maioria dos animais foge quando percebe a presença de movimentos estranhos. Alguns são dóceis e curiosos, permitindo uma aproximação. Nesse caso, o turista deve ficar calmo, não fazer barulho nem movimentos bruscos e não perseguir os animais. A recompensa pode ser uma bela foto. Fonte: Revelação On Line |
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